A cidadania espanhola para sefarditas foi um dos processos mais representativos da história recente da Espanha, pois reconhecia o vínculo ancestral entre o Estado espanhol e os judeus expulsos da Península Ibérica no século XV. Embora o prazo para solicitar esse direito tenha se encerrado em 2019, o tema ainda desperta dúvidas, especialmente entre descendentes interessados em entender sua própria origem.
Neste artigo, você vai compreender como surgiu a cidadania espanhola para sefarditas, quem pôde solicitá-la, por que foi criada e o motivo de o prazo ter chegado ao fim, sempre com base em informações históricas e jurídicas confiáveis.
A origem sefardita e sua ligação com a Espanha
O termo sefardita vem de Sefarad, que era o nome dado pelos judeus à Península Ibérica durante a Idade Média. Judeus sefarditas viveram em Portugal e Espanha por séculos, contribuindo para a cultura, economia, artes e ciência da região.
A partir de 1492, entretanto, com o Edito de Alhambra, os judeus foram expulsos dos reinos espanhóis e, poucos anos depois, também de Portugal. Essa dispersão criou comunidades sefarditas na África do Norte, Turquia, Grécia, Holanda, França e, mais tarde, no Brasil e em outros países da América Latina.
Muitos desses descendentes mantiveram tradições culturais, o ladino (judeu-espanhol) e registros familiares, o que se tornou extremamente relevante para o processo de cidadania espanhola para sefarditas.
Por que a Espanha criou a lei para sefarditas?
A Lei 12/2015 foi um marco simbólico e jurídico. Seu objetivo principal era reconhecer a responsabilidade histórica pela expulsão dos judeus ibéricos e oferecer uma forma de reparação moderna: a possibilidade de que os descendentes solicitassem sua nacionalidade espanhola.
A lei ganhou grande adesão porque:
- Reconhecia o direito de origem, valorizando vínculos culturais preservados por séculos.
- Não exigia residência na Espanha, permitindo que interessados espalhados pelo mundo participassem.
- Permitia a dupla nacionalidade, algo muito importante para brasileiros.
Além disso, instituições como a Federação das Comunidades Judaicas da Espanha e comunidades sefarditas internacionais passaram a emitir certificados de ascendência, facilitando a comprovação do vínculo.
Quem pôde solicitar a cidadania espanhola para sefarditas?
O processo exigia que o requerente comprovasse:
- Origem sefardita por meio de documentos, certidões ou histórico familiar;
- Vínculo cultural, sobrenomes tradicionais ou participação em comunidades judaicas;
- Conhecimento básico da língua e cultura espanholas.
O conjunto de provas era analisado pelo Ministério da Justiça da Espanha, e o reconhecimento era concedido caso os elementos fossem considerados válidos.
Por que o prazo para a cidadania espanhola para sefarditas acabou?
Apesar da grande procura, a Espanha definiu que o processo teria tempo limitado. O prazo oficial encerrou em outubro de 2019, com algumas extensões para ajustes de documentação e entrevistas.
Os principais motivos para o encerramento foram:
- Volume muito alto de solicitações, ultrapassando as expectativas iniciais.
- Complexidade do processo, que exigia verificação profunda de cada pedido.
- Caráter reparatório da lei, que desde o início não foi planejada para ser permanente.
Hoje, não há previsão de reabertura da cidadania espanhola para sefarditas, e qualquer mudança dependeria de nova legislação.
Ainda é possível conseguir cidadania espanhola por essa via?
Não. A via sefardita está oficialmente encerrada.
Porém, descendentes com relação familiar direta com espanhóis ainda podem solicitar a cidadania espanhola por descendência, seguindo regras diferentes.
Se esse for o seu caso, vale consultar especialistas para saber como reunir documentação necessária e garantir segurança no processo.
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A cidadania espanhola para sefarditas marcou uma reconexão histórica, devolvendo a muitos descendentes um vínculo que atravessou séculos.
Embora não seja mais possível iniciar processos por essa via, compreender sua história continua relevante – não apenas para quem buscava a nacionalidade, mas para todos que valorizam suas raízes e a preservação da memória familiar.
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